SONETO 1
Tristes sombras da noite, eu vos desejo!
Só no centro do vosso abismo escuro
É que acharei descanso o mais seguro.
É ele o único alivio que eu elejo.
Adiantar-me para vós é o que almejo;
Meditando em minha vida horas aturo,
Como um ente desgraçado me afiguro!
Só na morte é que o meu descanso vejo.
Porém não, cruel desgraça, não, não pares,
Podes ainda empregar a tirania
Nos mortais restos que de mim achares;
Podes ainda ultrajar-me a cinza fria,
Calcando-a bem aos pés, e então clamares:
<< Em tua vida assim eu te trazia! >>
1 Feito de improviso, aos 14 anos de idade, em um jardim.
Poetisa Rio-grandense. Livro "Poesias", Livraria Americana, 1881.
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