O documentário “Nós que aqui estamos, por vós esperamos" é um filme em preto e branco com uma trilha sonora perturbadora e com poucas palavras elucidativas daquilo que o diretor quer nos mostrar.
Faz uma retrospectiva dos acontecimentos ocorridos durante o século XX, intercalando cenas horrendas das guerras e do menosprezo pelas vidas humanas tiradas com cenas do progresso até a chegada da Revolução Industrial, juntamente com a apresentação dos grandes inventos e dos cientistas, filósofos e estudiosos como por exemplos: Freud e Einsten, entre outros.
O filme apresenta uma visão mista de imagens de arquivos, de documentários e de algumas obras clássicas do cinema, mostrando as principais mudanças ocorridas no século passado: os regimes totalitários, as religiões em geral como o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduísmo e o candomblé como formas de buscar Deus, a emancipação feminina, os movimentos sociais e outras transformações que serão mencionadas a seguir.
O século XX, após a Segunda Guerra Mundial, sofreu uma grande transformação no seu contexto histórico social, político, econômico e cultural advinda, principalmente, pela Revolução Industrial. A partir de então, a humanidade transforma-se de várias maneiras, o que antes não era praticado, passa então a eclodir,
A nudez passa a ser mostrada através da arte, como uma forma de propagar a igualdade entre os sexos: as mulheres passam a usar mini-saias, maiôs cada vez mais curtos e adotam diferentes comportamentos, tais como: o hábito de fumar, a ingestão de álcool; o ingresso no mercado de trabalho, abandonando as tarefas da casa; a utilização de um novo vocabulário incluindo expressões como: “sintonize”, “se ligue”, “sai fora”; a aquisição do direito ao voto, entre mudanças. Assim, os acontecimentos desse século eliciaram mudanças históricas não só no modo de vida das pessoas como também no comportamento das mesmas.
O documentário destaca as transformações nos meios de comunicação e os avanços tecnológicos e científicos, entre outros: a invenção do telefone, do rádio, da eletricidade, do avião, do foguete, da bomba atômica e inserção da psicanálise como ciência na sociedade.
Cabe destacar que o surgimento do rádio e da televisão começou a entrar nos lares e as informações começaram a mudar o modo de ver e pensar das pessoas e da sociedade como um todo. Era preciso mudar para acompanhar o ritmo acelerado que o progresso imprimia.
O filme mostra o sofrimento e o desespero das pessoas provocado pela guerra e as mudanças de cunho sócio-político-histórico; que, de certa forma, foram provocadas por esse conflito. Se por um lado, a revolução industrial alavancou o progresso; por outro, trouxe em seu paradigma problemas como: a alienação dos novos grupos de trabalhadores, oriundos da zona rural, a necessidade desenfreada pela aquisição de bens de consumo, que inicialmente não era possível, devido à falta de leis trabalhistas que assegurassem uma jornada de trabalho fixa e uma remuneração condizente.
A inserção da mulher no mercado de trabalho, garantindo sua independência, modificou notavelmente o seu papel social ao deixar de ser apenas dona de casa e assumir responsabilidades que até então pertenciam exclusivamente aos homens.
O documentário relembra a queda do Muro de Berlim, a Revolução Cultural na China (Mão Tsé-Tung); a extração aurífera em Serra Pelada, no Brasil; a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, e o inevitável desemprego da população, a fome, a perda da dignidade dos trabalhadores.
O filme choca pelas cenas das guerras e mostra os líderes Stálin, Pinochet, Médici, apresentando-os em meio a cenas de traumas, humilhação, suicídios e manifestações públicas _ protestos_ além disso, nos faz vivenciar novamente a devastação das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, devastadas pelas bombas atômicas e a década de 20 com o movimento feminista, usando o slogan “We can do it” (Nós podemos fazê-lo), é muito bem retratado com os detalhes comportamentais já citados anteriormente.
Apesar de todo o filme ser apresentado em preto e branco, a cena final é em cores com a imagem de um cemitério com a frase: “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”. Interessante não? Leva à reflexão!
RESUMO ELABORADO POR CARLOS RONEY CORREA
Nenhum comentário:
Postar um comentário