terça-feira, 13 de março de 2012

Piaget e Vigotsky

Leitura e literatura- UNIVEST- Profª Ms. Dilma Leite Schmitz

Análise comparativa entre Piaget e Vigotsky acerca de relação entre a atividade da leitura e o desenvolvimento das crianças



SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. Leitura e desenvolvimento da linguagem. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1989.



            Piaget circunscreve seus estudos em torno de desenvolvimento cognitivo, atribuindo à inteligência o processo de estruturação e autoregulação da criança na construção do conhecimento. Ele atribui ao sujeito a capacidade de edificar o seu próprio conhecimento, através do seu desenvolvimento intelectual biológico. Piaget distingue e separa o aspecto social aguardando que a criança se desenvolva mentalmente de forma espontânea para depois então, trabalhá-la através do social. Essa distinção faz com que se desvincule a aprendizagem de um processo mais amplo, como o do contexto sócio-histórico-cultural. Ele não ignora que as condições culturais interfiram no processo, mas não inclui em suas análises a diversidade dessas condições. Para ele, o funcionamento biológico é a alavanca do desenvolvimento da inteligência; o endógeno precede os processos históricos, sociais e culturais.

            Para Vygotsky, todas as funções psicológicas se originam nas relações entre indivíduos. A percepção imediata da criança vai sendo mediada pelas relações interpessoais, fazendo com que ela se aproprie de objetos, idéias, dizeres que, ao serem incorporados, são transformados em um novo objeto, um novo conhecimento. Portanto, para Vygotsky, na construção do conhecimento prevalece a influência da linguagem e das relações sociais e históricas associadas à intersubjetividade de cada pessoa. O meio é elemento primordial na construção do conhecimento, não desconsiderando a psicogênese piagetiana como esquema de ações e operações mentais subjetivas, mas acrescendo a essa uma perspectiva histórica e social.

            Partindo do princípio de que a democratização da leitura significa divisão de poder, é necessário que se abandone a concepção elitista da leitura que privilegia os conteúdos propostos, as formas textuais escolares e as práticas de leitura consideradas como normas do bem-ler e se inove as técnicas de leitura, incorporando-as com textos utilizados na vida cotidiana. A utilização dessas técnicas de leitura pela classe popular e a melhora nas condições de promoção do uso e da escolha dos textos, bem como, o acesso à bibliotecas e às obras literárias, despertarão no leitor uma visão reflexiva e crítica, levando-o a cultivar o prazer pela leitura.

            A necessidade de se oferecer ao aluno uma leitura diversificada acaba discriminando os meios populares, uma vez que essa oferta de leitura somente lhes será fornecida pela escola que, por sua vez, é bastante limitada.Convém ressaltar que a leitura é a chave que possibilita o acesso a todas as outras disciplinas, daí a sua importância no contexto escolar e social.

            Concluindo, é preciso que a leitura se torne um prazer e para que isso aconteça alguns fatores são fundamentais como: momentos previstos, no tempo de aula, para leituras livremente escolhidas; abundância de livros e de bibliotecas e a incitação permanente do gosto de ler pelo professor, o qual não deverá utilizar a leitura apenas para exercícios, mas principalmente para cultivar o prazer de ler.











           







        

       

           


          



           

      

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